Elisangela Fernandes (novaescola@atleitor.com.br) e Renata Costa
A tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas. No trabalho e em casa, os computadores já foram batizados de janelas para o mundo por facilitar o acesso à informação e ampliar as possibilidades de comunicação. Na escola, eles ainda podem aumentar o potencial criativo e garantir mais autonomia a professores e alunos. Mas será que é isso mesmo que está ocorrendo em nosso país? Para conhecer mais sobre a real utilização das máquinas e da internet nas redes públicas de Ensino Fundamental e Ensino Médio, o Centro de Estudos da Fundação Victor Civita (FVC), junto com o Ibope e o Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo (LSI-USP), fez uma pesquisa com 400 escolas de 13 capitais.
Com patrocínio da Abril Educação, do Instituto Unibanco e do Itaú BBA, o estudo comprovou que há cada vez mais infraestrutura nas escolas, mas falta formação para professores e gestores. Se por um lado, 98% dos entrevistados afirmam ter computadores funcionando nas escolas, 18% admitem que o laboratório de informática nunca é utilizado. “Ainda estamos longe de explorar as novas tecnologias como ferramentas a serviço do ensino e da aprendizagem dos conteúdos escolares”, resume Angela Dannemann, diretora executiva da FVC.
Para chegar lá, é necessário investir em planejamento, em todos os níveis:
• As redes, além de garantir a infraestrutura necessária, têm de incluir as chamadas tecnologias da informação e comunicação (TICs) nas matrizes curriculares.
• As escolas precisam incorporá-las a seus projetos pedagógicos.
• Os cursos de capacitação em serviço devem ser revistos e passar a oferecer atividades ligadas diretamente aos conteúdos aliadas às ferramentas informáticas.
• E cabe aos professores aplicar tudo isso em cada uma das disciplinas.
Os números do estudo confirmam o constante crescimento do acesso às novas tecnologias, como mostram os dados do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Ministério da Educação com informações sobre o número de computadores e laboratórios de informática, bem como as formas de acesso à internet (confira alguns dos indicadores na tabela ao lado). Além disso, o levantamento aponta caminhos para melhorar as condições de uso dessas máquinas a serviço da aprendizagem dos alunos. “Agora, em vez de pensar em ‘tecnologias voltadas para a Educação’, temos de mudar o foco para uma ‘Educação com tecnologia’”, resume Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da FVC e de NOVA ESCOLA.
Na reportagem sobre infraestrutura, você entende por que o investimento nesta área é essencial para garantir um uso mais eficaz dos equipamentos (para 43% dos entrevistados, a falta de máquinas é o principal entrave para colocar os alunos trabalhando com os computadores). E vai conhecer a experiência de uma cidade em que todos os estudantes têm laptops que se conectam à internet graças uma rede sem fio – ou seja, podem trabalhar em qualquer local da escola.
O segundo bloco explora a importância de lutar por uma boa formação de professores e gestores. Finalmente, a terceira parte revela como o ato de planejar faz toda a diferença para garantir que os estudantes efetivamente aprendam.
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